Cerca de 600 pessoas entre autoridades, políticos, representantes da indústria e de várias cadeias do Agronegócio estiveram reunidas nesta segunda-feira (16/10), no Fórum de Bioinsumos no Agro, no Teatro da Fiesp, em São Paulo para debater o panorama do mercado de Bioinsumos.
Em auditório lotado, o ministro Carlos Fávaro discursou durante a abertura do evento e enfatizou que o Brasil segue na curva de crescimento para uma produção de alimentos pautada na ciência e tecnologia de forma sustentável. Mas que precisa estar apoiado a uma regulamentação.
“Os bioinsumos são importantes para a cadeia da produção de alimentos e tem papal fundamental no futuro da produção agrícola. A regulamentação é um outro ponto importante. Vamos pleitear uma alteração no decreto presidencial para incluir uma cadeira para o setor empresarial, especialmente a indústria, no Conselho Estratégico do Programa de Bioinsumos”, disse o ministro.
A visão da Indústria
Na visão da Indústria, com o interesse cada vez maior por uma agricultura de baixo impacto ambiental, os bioinsumos se tornam uma alternativa para potencializar os ganhos de produtividade. Ao contrário de países de clima temperado, aqui a base é a agricultura tropical com suas adversidades climáticas regionais. Por esse motivo, existe uma necessidade de utilizar uma quantidade de insumos maior na área de biocontrole, por exemplo, afim de fortalecer a resiliência das plantas por meio do condicionamento biológico do solo.
“As tendências mostram que os biológicos serão em breve 50% do mercado de proteção”, comentou Gustavo Herrmann, diretor comercial da Koppert Brasil.
“Ao optar por métodos de cultivo biológicos, os agricultores conseguem reduzir as perdas e minimizar os impactos negativos, combatendo as principais pragas e doenças no campo”, opina Luciano Antoniol, engenheiro agrônomo.
Crescimento acelerado
Em 2018, o mercado global de bioinsumos era de aproximadamente US$ 4 bilhões e as projeções indicavam um crescimento ao redor de US$ 11 bilhões em seis safras. O mercado brasileiro movimentou na safra 22/23 montante de US$ 20 bilhões em bioinsumos, um crescimento de 12% de faturamento, muito acima dos 4% estimados para o mercado global. O Brasil também registrou um crescimento de 9% da área tratada com bioinsumos na safra 22/23 ante 3% registrado na safra 17/18, o que posiciona o Brasil como altamente eficiente na produção com o uso dessas tecnologias.
De acordo com a CropLife, a projeção é de triplicar esse mercado até 2030. Os números têm espaço para crescer ainda mais, pois os biológicos correspondem a 3% do mercado total de produtos utilizados pelos agricultores.
Mudanças Climáticas
Ao abordar o papel dos biofertilizantes na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, o professor Átila Mógor relembrou que o estresse abiótico, causado por elementos não vivos, como o clima e déficit hídrico, principalmente nos períodos de estiagem na fase reprodutiva, foram os principais responsáveis pelas quebras de produção de soja, ocorridas no Brasil entre as safras 2015/2016 e 2019/2020. Entretanto, a planta tem capacidade de se readaptar de algumas formas, seja pelas enzimas ou pelo acúmulo de compostos nas células.
“Os biofertilizantes também têm o potencial de mitigar os efeitos do estresse abiótico, pois contêm ingredientes ativos e/ou agentes orgânicos promotores de bioatividade, isentos de substâncias agrotóxicas e de microrganismos capazes de atuar diretamente ou indiretamente no metabolismo das plantas”, explicou Mógor.
Regulamentação
Durante o evento foi abordado a questão das políticas públicas para o segmento. Hoje no Congresso Nacional há uma discussão para a regulamentação dos biológicos que possui um modelo e caraterização dos produtos diferente dos convencionais. A regulamentação traria uma segurança jurídica para as indústrias e para o produtor que terá acesso a soluções inovadoras com maior segurança e eficácia para utilização dos produtos.
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