As precipitações e a umidade do solo acima dos níveis ideais para a operação de plantio tem dificultado a semeadura da soja. O processo de semeadura foi priorizado em terrenos onde a quantidade de resíduos vegetais resultantes das culturas de inverno ou das plantas de cobertura é reduzida, o que acelera a diminuição da umidade superficial. No entanto, em função da ainda elevada umidade, observa-se maior revolvimento do solo, gerando dificuldades na uniformidade da deposição das sementes.
De acordo com a Emater/RS-Ascar em Manoel Viana, 27% da área prevista foi plantada, e os produtores monitoram a necessidade de replantio em razão de falhas no estande, causadas pelas fortes chuvas. Um cenário semelhante foi observado em Maçambará, onde 10% da área planejada já havia sido semeada, mas algumas lavouras, em áreas mais baixas, sofreram perdas de sementes em virtude de o solo estar encharcado por um período prolongado.
Em São Gabriel, a semeadura foi ampliada para turnos extras, atingindo 15% da área prevista. Em São Borja, o desafio é controlar a infestação de buva. O início do plantio atrasou em decorrência do clima chuvoso durante o mês de outubro. Na Campanha, em Bagé, Hulha Negra, Candiota e Aceguá, muitos produtores ainda realizaram o preparo com grade devido a dificuldades no estabelecimento do sistema de plantio direto ou por preferência de sistema de cultivo. Esses trabalhos foram afetados pela baixa umidade do solo, mas foram retomados em razão das chuvas recentes. O plantio avançou nas áreas que já estavam dessecadas ou preparadas, e a previsão é liberar mais áreas ao longo deste mês de novembro.
Em Caxias do Sul, o progresso da semeadura foi restrito devido à elevada umidade do solo, que impossibilitou a entrada das máquinas para a operação. Nas primeiras áreas semeadas, observa-se uma germinação uniforme, exceto em alguns locais onde o solo permaneceu saturado em razão da ocorrência de chuvas em volume significativo.
Em Erechim, a operação foi concluída em 20% da área total prevista. Em Frederico Westphalen, a semeadura está ligeiramente atrasada em comparação ao ano de 2022. As primeiras áreas cultivadas enfrentaram problemas de germinação em função do excesso de chuvas, resultando em consideráveis perdas de solo por erosão. Estima-se que aproximadamente 30% da área total tenha sido semeada, encontrando-se atualmente em fase de germinação e de desenvolvimento vegetativo.
Em Ijuí, a semeadura avançou de maneira gradual e em intervalos reduzidos nas partes mais elevadas das áreas, uma vez que, nas mais baixas, há uma concentração significativa de umidade e/ou afloramento da água das chuvas. Apesar dos cuidados, há maior revolvimento do solo, o que tem dificultado a uniformidade da deposição das sementes. Esse fenômeno se deve à maior aderência do solo úmido nos equipamentos de controle de profundidade das máquinas de plantio.
Em Passo Fundo, a semeadura foi significativamente afetada pelas condições climáticas. Até o momento, apenas 20% da área planejada foi efetivamente plantada. Em Santa Maria, o plantio segue condicionado pelas chuvas. Até o momento, apenas 9% da área total planejada foi semeada. No entanto, os produtores avançaram na dessecação de áreas para o cultivo.
Em Santa Rosa, a semeadura está ocorrendo em janelas de tempo reduzidas, sendo restrita às áreas de coxilhas com melhor drenagem. Até o momento, apenas 7% das lavouras foram efetivamente plantadas, o que indica um atraso em relação ao mesmo período de 2022, quando o percentual atingiu 12%. As lavouras apresentam estande de plantas satisfatório e desenvolvimento adequado. Contudo, há relatos de problemas de germinação e de vigor nas sementes produzidas pelos próprios agricultores, o que tem demandado o replantio com sementes adquiridas no mercado.
Uma nota positiva para este ano é a redução significativa nos custos de produção, já que todos os insumos apresentam preços mais baixos em comparação à safra anterior, excetuando-se as sementes e o óleo diesel, cujos preços permaneceram estáveis. Em Soledade, o plantio está atrasado.
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