Não existe hormônio no frango, afirma especialista

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Por ser uma proteína leve, saudável, versátil e acessível a carne de frango ganhou cada vez mais protagonismo na mesa dos brasileiros nos últimos anos. Em 2022, o consumo médio registrou 45,2 kg por habitante. Um aumento expressivo, quando comparado com o consumo registrado em 1986, quando cada brasileiro consumia, em média, 10kg do alimento por ano.

Esta grande evolução no cenário da avicultura está, também, associada à ciência e tecnologia aplicada no modelo avícola brasileiro, que é referência mundial em produtividade. Antigamente, os frangos precisavam de até 105 dias para atingir o peso para o abate e eram necessários 3,5 kg de ração para cada 1kg de ganho de peso. Hoje, o frango completa o ciclo de crescimento em 40 dias, e consome 1,6kg de ração para cada 1kg de ganho de peso. Além disso, avanços em pesquisa genética voltada para ganhos sustentáveis de peso, juntamente com estudos relativos à nutrição animal, foram essenciais. Hoje, o frango é mais produtivo e tem mais saúde.

Carne de frango não tem hormônio

Você já deve ter ouvido falar que a carne de frango tem hormônio e que o rápido crescimento das aves seria o motivo. É um mito! Em torno de um assunto tão importante sobre alimentação humana entrevistamos durante a Show Rural Coopavel o Dr. Antônio Mário Penz Júnior, Diretor Global de Contas Estratégicas e Especialista em Aves da Cargill Nutrição Animal, que trouxe informações e dados científicos para desmistificar o assunto.

Crédito – Cinegrafista: Lucas Coutinho/ Direção de imagens: Vicente Delgado

A importância do clima para o bem estar dos animais

O avanço na produtividade de frango se deve a um conjunto de fatores, entre eles: ambiente, tecnologia, genética e a nutrição. A estrutura das instalações fornece um ambiente controlado, principalmente no que diz respeito ao controle e uso da água, ventilação, aquecimento e a ração para os animais.

Nas granjas, garantir a temperatura adequada dentro do ambiente é importante para diferentes fases da produção e proporciona condições perfeitas para o desenvolvimento das aves, com baixo nível de estresse térmico e ganho de peso.

As aves são homeotérmicos, ou seja capazes de manter sua temperatura corpórea dentro de certos limites (41 graus), mesmo quando ocorre variação da temperatura do ar. Possuem ausência de glândulas sudoríparas, portanto durante sua vida trocam calor de algumas formas (condução, convecção e respiração) com o ambiente que estão inseridas. Na fase de alojamento, o ideal é manter a temperatura ambiente em 32 graus para atingir uma cama da granja (onde a ave coloca os pés) ao redor de 30 graus.

A climatização adequada faz com que a ave se sinta confortável para expressar seu comportamento natural e conseguir ingerir a ração e a água na quantidade adequada explorando todos os nutrientes, ganhando peso para atingir o máximo do seu potencial genético. A saúde animal também está relacionada ao monitoramento do clima/ambiente.

Crédito – Cinegrafista: Lucas Coutinho/ Direção de imagens: Vicente Delgado

O Brasil é segundo maior produtor mundial de carne de frango. Em 2022, foram mais de 14,5 mil toneladas produzidas, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

É o maior exportador mundial de carne de frango. Entre janeiro e dezembro de 2023, exportou 5,1 milhões de toneladas do alimento para mais de 150 países. Somente em Janeiro de 2024 já foram exportados 404,9 mil toneladas.

A carne de frango está entre os alimentos mais completos em nutrientes necessários para uma alimentação saudável. São fontes importantes de proteína, aminoácidos essenciais e vitaminas, com baixo teor de gordura. Para se ter uma ideia, em uma porção de 100g de carne de frango, são consumidas 28g de proteína, 9,8mg de vitaminas e apenas 5,8g de gordura. Ou seja, além de saborosa é nutritiva e muito saudável.

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