Em grande parte do Rio Grande do Sul, a colheita de arroz já foi finalizada. A área estimada de cultivo de arroz irrigado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) é de 900.203 hectares, dos quais 810.272 hectares (90%) foram colhidos, resultando em produção total de 6.824.878,5 toneladas. Restam 89.931 hectares a serem colhidos, sendo que 22.952 hectares estão totalmente perdidos, principalmente na Região Central.
Segundo o IRGA, as áreas parcialmente submersas, que não estão totalmente perdidas, somam 17.876 hectares e abrangem diversas regiões, concentrando-se em especial na Região Central e na Planície Costeira Interna, onde as produtividades estão baixas. Além disso, restam 49.103 hectares não afetados pelas cheias, que estão sendo colhidos, mas apresentam produtividades muito inferiores às obtidas anteriormente devido às condições climáticas adversas, que dificultam a colheita.
Ainda de acordo com o órgão, a safra 23/24 de arroz do Rio Grande do Sul deve ficar em torno de 7.149.691 toneladas, mesmo com as perdas pelas inundações que o Estado sofreu em maio. Isso significa, que o arroz gaúcho é suficiente para abastecer o mercado brasileiro.
“Quando as enchentes ocorreram no Rio Grande do Sul, a safra de arroz já estava 84% colhida, restando 142 mil hectares a colher. Destes, 22 mil hectares foram perdidos e 18 mil ficaram parcialmente submersos. Entre os grãos estocados nos silos, houve comprometimento de 43 mil toneladas”, enumerou o presidente do Irga, Rodrigo Machado.
Diagnóstico das áreas de arroz afetadas
O IRGA está elaborando um diagnóstico das áreas de arroz afetadas epelas enchentes. O objetivo é estabelecer as diretrizes emergenciais e definir parâmetros para o novo cenário da lavoura da metade sul do Rio Grande do Sul frente às mudanças climáticas. Um grupo técnico esteve em diversas áreas de produtores na busca de visualizar os danos causados pela enchente e definir a forma como serão executadas as 3 fases das ações.
A primeira será de levantamento dos dados in loco, buscando visitar todas as áreas de lavoura atingidas aplicando questionários que tem como objetivo levantar os danos em relação as estradas, a infraestrutura da propriedade, silos, maquinário, rede elétrica, bombas, danos ao solo, bem como definir as prioridades para a reconstrução da propriedade e arredores. A segunda etapa será de análise de dados e o estabelecimento das ações prioritárias. E a terceira etapa, a execução das prioridades. Cada uma das fases terá um tempo médio de execução de um mês e será coordenada pelo Irga e empresas públicas e privadas que tenham interesse em fazer parte do grupo de trabalho.
De acordo com o grupo técnico, há danos diretos em relação à infraestrutura da propriedade, como casas, silos e também ao maquinário, porém o mais preocupante é em relação ao solo, o qual demandará grande investimento na sua recuperação. O levantamento de dados ficará concentrado nas regiões produtoras de arroz que registraram algum tipo de dano em decorrência das enchentes, sendo as principais a região central do RS e da Planície Costeira Interna. Essas regiões representam 27% da área de produção e caracterizam-se pela maior concentração de produtores de arroz do RS, sendo que somente a região central responde por 33% desses produtores, distribuídos em pequenas propriedades.
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