Cadeia do trigo está otimista e vê melhora com safra maior em 2025

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O Sindicato da Indústria do Trigo do Estado de São Paulo (Sindustrigo) realizou, no dia 29/09, o 9º Encontro da Cadeia Produtiva do Trigo de São Paulo. Um dos temas debatidos durante o evento foi o fator climático que neste ano trouxe um impacto enorme para a cadeia do trigo, com destaque para o Rio Grande do Sul e o Paraná.

“Apesar das dificuldades de 2024, há uma perspectiva de melhora para o próximo ano, com uma safra maior em 2025, embora tenha havido uma queda na produção em São Paulo”, explica o presidente-executivo da Associação Brasileira do Trigo (Abitrigo), Rubens Barbosa.

Foto: Getty Images

Visão geral sobre o mercado de trigo

O cenário internacional do grão esteve entre os principais tópicos abordados pelo  responsável pelo Departamento de Análise do Mercado de Trigo, Élcio Bento. Ele abordou a possibilidade de uma boa colheita na Argentina, mas destacou a incerteza climática que pode afetar essa previsão e salientou a falta de previsibilidade, que faz com que os preços do trigo argentino sejam altos comparados ao norte-americano.

Ele ainda descreveu um cenário complicado para a produção de trigo no Brasil em 2024, principalmente no Paraná e Rio Grande do Sul.

“Duas geadas fortes em agosto, em momentos muito sensíveis, praticamente devastaram a produção no Paraná. No caso do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, até o momento, esses estados estão com bom desenvolvimento da safra, mas há previsão de chuvas intensas, o que pode comprometer a produção”, resumiu.

O especialista também destacou a queda nos estoques de trigo no Brasil e a necessidade de importações para equilibrar a oferta interna.

“No ano passado, vimos uma queda de 11,3 para 8,5 milhões de toneladas. Isso fez com que os estoques despencassem de 1,9 milhão para 658 mil toneladas. Para a próxima temporada, há previsão de um aumento significativo nas importações, especialmente com a redução da produção interna”, explicou.

Bento reforça que os estados brasileiros dependem de importações para atender à demanda interna de trigo e farinha.

Impacto global na economia brasileira

Do ponto de vista econômico Mário Mesquita, economista chefe de um banco privado destacou a importância de olhar o país em um contexto macro, pois o país está conectado à economia mundial. “O PIB mundial deve crescer 3% em 2023 e aumentar para 3,4% em 2024, e que isso representa uma recuperação, mas ainda está abaixo da média do século XXI. No que se refere ao PIB brasileiro, este está surpreendendo positivamente. Inicialmente esperávamos um crescimento menor, mas hoje projetamos algo entre 3% e 3,5%”, definiu.

O economista fez um resumo das projeções econômicas, indicando que o PIB deve crescer 2% em 2024, com um viés de alta. “A taxa de desemprego deve continuar em queda, e a inflação tende a cair lentamente”, resumiu.

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