As chuvas observadas em algumas localidades produtoras do Rio Grande do Sul no período entre 13 e 19 de fevereiro ajudaram a atenuar o estresse hídrico nas lavouras de soja, segundo o mais recente boletim da Emater/Ascar-RS. Porém, uma nova onda de calor irá influenciar o estado gaúcho nos próximos dias. Diante deste cenário, o risco para estresse hídrico nas lavouras de soja aumenta novamente trazendo impactos as fases de desenvolvimento da cultura.
Mais calor para o Rio Grande do Sul
Com a atualização recente dos modelos meteorológicos, a Climatempo está prevendo uma NOVA ONDA DE CALOR no Brasil, que terá influência maior sobre o Rio Grande do Sul, com início neste sábado (22/02), e término na quinta-feira (27/02). Esta, será a quarta onda de calor no Brasil e a terceira onda a influenciar o estado gaúcho.
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Vale destacar que este evento: NÃO É/NÃO FAZ PARTE da mesma onda de calor que já atua no centro-leste do Brasil. “A onda de calor que começou dia 12/02, termina, nesta segunda, 24/02 – depois, seguimos apenas com esta nova onda a impactar o Rio Grande do Sul, o oeste e sul de Santa Catarina e proporcionando dias de calor mais intenso no Paraná, em parte do oeste e sul de São Paulo e no sudoeste e sul de Mato Grosso do Sul. As atualizações da área e do período serão revistas diariamente”, informam os meteorologistas da Climatempo.
Previsão do tempo para os próximos dias no RS
No sábado (22/02) e no domingo (23/02), a previsão é de tempo firme e elevação da temperatura em todo o Rio Grande do Sul. Não há previsão de chuva significativa em nenhuma das áreas. Diante deste cenário, a massa de ar quente ganha força sobre a região e faz muito calor em todo estado, principalmente na Campanha Gaúcha, Fronteira Oeste, Região Central, Missões e Planalto Gaúcho.
Condições das lavouras de soja em algumas áreas do RS
De acordo com a Emater/Ascar-RS, na Fronteira Oeste, mesmo com as precipitações volumosas ocorridas recentemente, há limitação na recuperação produtiva, pois as lavouras estão em estágio avançado. Ainda assim, houve interrupção das perdas e razoável manutenção de potencial produtivo nas áreas de semeadura tardia.
Em São Gabriel, o cenário de perdas se agrava progressivamente. Apesar do retorno das chuvas, alguns produtores optaram por cessar os investimentos nas lavouras mais afetadas e, em casos extremos, há a intenção de destiná-las para pastejo. Na região da Campanha, em Lavras do Sul e Caçapava do Sul, as precipitações do período beneficiaram as áreas onde não havia chovido em 05/01. Embora as perdas estejam consolidadas, a umidade no solo deve atender à demanda hídrica das plantas até o final do mês.
Na região da Serra gaúcha, houve impactos causados pela escassez hídrica e pelas temperaturas elevadas no final de janeiro e na primeira quinzena de fevereiro. As lavouras mais afetadas concentram-se em Montauri e União da Serra, estendendo-se até os Campos de Cima da Serra, em Esmeralda e Pinhal da Serra.
Em Erechim, a cultura encontra-se em formação das vagens e enchimento de grãos (fases R4 e R5). A produtividade estimada apresenta elevada variabilidade entre lavouras, influenciada pelas condições edafoclimáticas, pelo manejo adotado e pelo histórico de estresse hídrico.
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Em Ijuí, aproximadamente 65% da área cultivada encontra-se na fase de enchimento de grãos, e o número de vagens e de grãos por vagem já estão definidos. O decréscimo desses componentes de produtividade ocorre de forma generalizada, diretamente associada ao déficit hídrico.
Em Santa Rosa, 15% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, 38% em floração e 43% em enchimento de grãos. Antes das chuvas, e em função das temperaturas extremamente altas, ocorreu murchamento das plantas e estresse hídrico generalizado. Houve perdas de estruturas vegetativas e reprodutivas no terço inferior das plantas. Nas áreas implantadas em dezembro, o porte reduzido e o início da floração indicam limitações no crescimento, impactando negativamente a colheita.