No Rio Grande do Sul, a colheita da soja avança, mas parte da cultura ainda está em fase de maturação e enchimento de grãos no campo. O que se observa é uma desuniformidade na safra 24/25 neste estado. Um dos motivos está associado as chuvas irregulares e as altas temperaturas em algumas áreas do estado. No entanto, uma mudança no tempo com a chegada de uma frente fria deve mudar o cenário das altas temperaturas. “A onda de calor termina no domingo (09/03)”, preveem os meteorologistas da Climatempo.
Previsão do tempo para os próximos dias no Rio Grande do Sul
O sábado (08/03) será muito quente no Rio Grande do Sul por causa da aproximação de uma nova frente fria, que potencializa o calor – efeito pré-frontal. Destaque para a faixa oeste, Campanha e sul, onde há previsão de temporais devido ao calor excessivo e à influência da frente fria. No restante do estado, o tempo segue firme e não há previsão de chuva.
TENDÊNCIA
A frente fria avança pelo estado, trazendo chuva e reduzindo as temperaturas. Há alerta para temporais na faixa oeste, Campanha, sul, região central, Vales, Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), Missões e norte do estado. Na Serra Gaúcha, a chuva ocorrerá na forma de pancadas de moderada a forte intensidade. A onda de calor termina no domingo (09/03).
A semana começa com resquícios das instabilidades da frente fria que provoca chuva na região norte gaúcha. Nas demais áreas, o sol aparece entre nuvens.

Soja apresenta variabilidade produtiva no RS
O potencial produtivo permanece variável, refletindo diferenças entre precipitações (baixos volumes entre janeiro e fevereiro), épocas de semeadura e condições de solo e clima de cada região que reduziram a umidade do solo. Além disso, a compactação do solo, a prática de monocultura e os limitados teores de matéria orgânica contribuíram para o agravamento localizado de perdas, informa a Emater/Ascar-RS.
O centro-oeste gaúcho permanece a área mais afetada pela estiagem, com danos significativos. Nas áreas a leste do estado, onde as chuvas foram mais expressivas, as lavouras apresentam potencial produtivo satisfatório, próximo ao inicialmente projetado.
A área de cultivo inicialmente projetada pela Emater/RS-Ascar está estimada em 6.811.344 hectares, e a produtividade média em 3.179 kg/ha. No entanto, haverá redução na produtividade. A Instituição está conduzindo o levantamento, e as reestimativas de área e de produtividade das culturas de verão serão divulgadas no dia 11 de março, durante a 25ª Expodireto.
Condições das lavouras no estado gaúcho
Na Fronteira Oeste, em Alegrete, em área de plantio tardio, as plantas se desenvolvem de forma limitada, com falhas no estande em algumas lavouras. As semeaduras efetuadas dentro do período recomendado mostram melhor desempenho, mas já há deficiência hídrica e abortamento de flores, causando perdas significativas.
Em São Borja, as chuvas mais frequentes devem beneficiar as lavouras. Nos cultivos implantados entre outubro e início de novembro, há perdas severas, e nas semeadas posteriormente os níveis de quebra estão progressivamente menores. Há possibilidade de recuperação nas áreas de segunda e terceira épocas de plantio.
Em Manoel Viana, as perdas são expressivas devido ao estresse hídrico e às temperaturas elevadas. Na Campanha, as chuvas das últimas semanas amenizaram os efeitos da estiagem, porém não foram suficientes para recuperar as perdas já consolidadas.
Em Caxias do Sul, a fase predominante é o enchimento de grãos.Em Esmeralda, Muitos Capões, União da Serra e Pinhal da Serra, a estiagem trouxe perdas.
Em Ijuí, a colheita começou em uma pequena área. Aproximadamente 20% das lavouras se encontram em maturação, e 67% na fase de enchimento de grãos. O potencial produtivo varia significativamente entre localidades, cultivares e períodos de semeadura. Todos os municípios da região apresentam redução na produtividade em relação às estimativas iniciais. O impacto mais severo ocorreu nas lavouras semeadas em outubro, nas áreas mais afetadas pela estiagem, onde as perdas foram totais, informa a Emater/Ascar-RS.
Em Passo Fundo, 5% dos cultivos estão em floração; 83% em formação de vagens e enchimento de grãos; 10% em maturação fisiológica; e 2% em colheita.
Em Pelotas, as lavouras estão majoritariamente em enchimento de grãos (47%); 43% estão em floração; 8% em desenvolvimento vegetativo; e 2% em maturação. Em Santa Maria, houve andamento da colheita nas regiões mais impactadas pela estiagem, especialmente nos municípios a Oeste, como em Capão do Cipó, Santiago e Tupanciretã. Nesse município, que corresponde à maior área cultivada com soja na região, foram implantados 149.100 hectares, e apenas 1% foi colhido, com produtividades atingindo cerca de metade do esperado.
Em Santa Rosa, 9% das lavouras estão em estágio vegetativo, 21% em floração, 66% em enchimento de grãos e 4% em maturação. As chuvas da última semana ajudaram a estabilizar as perdas de produtividade. A situação das lavouras está desigual. Nas semeadas em outubro, foram registrados os maiores impactos pela estiagem. Nas implantadas entre o final de novembro e a primeira quinzena de dezembro, o desenvolvimento das plantas foi melhor.