Segundo o Instituto Rio Grandense de Arroz (IRGA), a área efetivamente plantada de arroz no Rio Grande do Sul é de 970.194 hectares. A Emater/RS-Ascar estima produtividade inicial de 8.478 kg/ha.
As condições climáticas nas zonas orizícolas indicam um cenário de estabilização hídrica momentânea nas áreas irrigadas. No entanto, a recuperação dos mananciais foi parcial, e a vazão dos rios não apresentou um incremento expressivo. As lavouras se encontram em bom estado fitossanitário e nutricional, com o ciclo fenológico dentro da normalidade. Contudo, a onda de calor prolongado pode ter afetado as lavouras mais tardias, resultando no abortamento fisiológico de grãos.
A colheita já avançou em várias regiões, mas ainda enfrenta limitações devido à necessidade de finalização do ciclo das plantas. As previsões indicam aceleração da colheita a partir de meados de março. Embora a produtividade nas lavouras em colheita esteja dentro de parâmetros satisfatórios, foi observada uma redução na qualidade dos grãos, especialmente no oeste gaúcho, com índices de grãos inteiros abaixo de 55%. Esse problema está relacionado ao calor excessivo e à exposição das panículas a intensa radiação solar durante a maturação, podendo levar a fissuras nos grãos e quebra mecânica no beneficiamento.

Regiões em destaque:
Fronteira Oeste e Bagé: A produtividade e qualidade estão satisfatórias, mas a redução nos grãos inteiros preocupa, especialmente em São Borja.
Pelotas: A colheita está em fase inicial, com 55% das lavouras no enchimento de grãos, 36% em maturação e 1% colhidas. A produtividade ainda não é definida.
Santa Maria: As chuvas de fevereiro garantiram boa irrigação, impulsionando a colheita, que já superou 10% da área cultivada, com produtividade estimada entre 7 mil a 9 mil kg/ha em algumas áreas.
Soledade: 40% das lavouras estão no enchimento de grãos, com uma colheita de 2% em fase inicial.
Conclusões e Riscos
De acordo com a Emater/Ascar-RS, a maior preocupação para as lavouras de arroz está na redução da qualidade dos grãos, com impactos diretos na comercialização e no beneficiamento, devido ao calor intenso e à exposição solar prolongada. Embora a irrigação tenha sido adequadamente garantida em algumas regiões, o risco de perdas de qualidade pode comprometer a rentabilidade dos produtores, especialmente nas áreas onde a colheita está em andamento ou prestes a começar.
Frente fria avança sobre o RS e muda o cenário
neste sábado (08/03), uma frente fria se aproxima do Sul e forma nuvens carregadas no interior gaúcho à noite. Continua sem chover em Porto Alegre. Em Santa Catarina e no Paraná, pancadas no fim da tarde no litoral.
No domingo (09/03), a frente fria avança e espalha instabilidades sobre o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e litoral do Paraná. Pancadas fortes e temporais pontuais não são descartados. As temperaturas ficam amenas no interior gaúcho. No Paraná, há efeito pré-frontal, então o calor continua por todo o estado.
Na segunda (10/01), as madrugadas ficam com temperaturas mais baixas no Rio Grande do Sul, na Serra e em parte do sul, planalto e serra catarinense e paranaense. O amanhecer de segunda será mais frio. Na retaguarda da frente fria, o ar polar mantém as temperaturas máximas mais amenas no estado gaúcho e impede a formação de instabilidades. O tempo segue mais instável com o deslocamento do sistema em Santa Catarina e no Paraná. Curitiba começa a semana com risco alto de temporais.