De acordo com o estudo feito pela Embrapa Territorial, a expansão mais significativa é a da cana-de-açúcar, que cobre 44% das terras no nordeste paulista. Na região, o setor foi responsável por metade de todo o valor de produção agropecuária, que atingiu R$ 9,5 bilhões em 2016. A participação é maior do que a média estadual, que é de 35%.
Apenas cinco dos 125 municípios estudados não possuem canaviais: Águas de Lindoia, Lindoia, Águas da Prata, Santo Antônio do Jardim e Divinolândia. Nos outros 120, o volume de terras cultivado com cana aumentou. A exceção é Ribeirão Preto, onde a atividade cedeu espaço para a expansão urbana.
Em números absolutos, as áreas de vegetação nativa são as que mais cresceram, depois da cana. Elas já ocupavam 870 mil hectares e, agora, chegam perto de um milhão de hectares. O pesquisador Carlos Cesar Ronquim da Embrapa aponta que esse aumento não se deu por plantio, mas por regeneração espontânea e, timidamente, pela melhor conservação das áreas de preservação permanente.
Para os próximos anos, a expectativa é de mais crescimento, tendo em vista o novo Código Florestal e a proibição da colheita manual da cana, o que, na prática, inviabiliza a produção em áreas com declividade acima de 12%. O monitoramento por satélite revela 150 mil hectares de canaviais nessa condição, o equivalente a 7,1% da área das bacias analisadas.
As florestas plantadas também aumentaram: 17 mil novos hectares para o eucalipto e perto de 12 mil para as seringueiras. Essas últimas tiveram o crescimento relativo mais expressivo, já que, em 1988, ocupavam menos de 200 hectares. Mesmo com esse salto, a heveicultura segue pouco expressiva na região. O eucalipto chegou a 157 mil hectares, mas também tem pouca participação do valor de produção agropecuária, ficando à frente apenas da pecuária leiteira.
Fonte: Embrapa Territorial
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