Falta de chuva impacta produção de milho no Rio Grande do Sul

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A área estimada de cultivo de milho para a safra 2022/2023 é de 831.786 hectares. A produtividade estimada é de 7.337 kg/ha, de acordo com dados da Emater/Ascar-RS. A cultura apresenta implantação lenta em decorrência do período seco, da priorização da atividade na soja ou ainda por escalonamento de plantio, visando diminuir os riscos climáticos. O índice atual de plantio é de 88% da área.

 

Foto: Paola Anghinoni – São Domingos – SC

 

Entre os estádios fenológicos, 48% das lavouras ainda se encontram em fase vegetativa e tem o desenvolvimento um pouco afetado nas regiões de chuvas insuficientes. A proporção de lavouras em estádio reprodutivo é de 50%. Há alta demanda por água, e o tempo seco compromete o potencial produtivo.

 

Na metade Oeste do Estado, a ocorrência de precipitações amenizaram a situação, mas não viabilizaram a recuperação do potencial produtivo perdido de algumas lavouras. Nessas regiões, já é possível contabilizar perdas em lavouras em fase de enchimento de grãos. 

 

Nas regiões onde ocorreram chuvas satisfatórias, houve prosseguimento de tratos culturais em lavouras com implantação mais tardia, como o controle de plantas invasoras, a adubação nitrogenada em cobertura e o monitoramento e controle de pragas (cigarrinhas e lagarta do cartucho).

 

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Falta de chuva impacta o milho

 

A região de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul passa por um período sem chuvas, o que já trouxe danos irreparáveis à cultura do milho verão. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Santo Ângelo/RS, Laurindo Nikititz, as perdas do milho já giram entre 50 e 100%, com média de perda de 80%, o que torna essa a terceira safra de verão consecutiva praticamente perdida para o milho da região. 

 

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, em São
Borja, em algumas localidades, as precipitações não foram satisfatórias, e as plantas permanecem com sintomas de deficiência hídrica. Em Manoel Viana e em Maçambará, a insuficiência de água já causa perdas irreversíveis, com estimativa de 50% de  redução na produtividade das lavouras afetadas.

 

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Em Caxias do Sul, as lavouras foram beneficiadas pelas chuvas, que reestabeleceram a umidade nos solos e proporcionaram condições favoráveis ao pendoamento e à polinização, fases predominantes nos cultivos de menor altitude, como em Guaporé e em Serafina Corrêa. Já nos Campos de Cima da Serra, as lavouras são de implantação mais tardia, e a fase predominante é o desenvolvimento vegetativo. A principal preocupação dos produtores é o controle de cigarrinhas, com moderada incidência. 

 

Na regional de Ijuí, 55% das lavouras encontram-se em desenvolvimento vegetativo, 35% em floração e 10% em granação. A ocorrência de tempo seco coincidiu com as fases de florescimento, formação e enchimento de grãos. As amostragens em lavouras mais atingidas apontam quebra entre 30% e 50% do potencial produtivo.

 

Veja o depoimento do produtor rural, Henrique Marasca, da região de Independência, no Rio Grande do Sul.  

 

 

 

Em Santa Rosa, a irregularidade nas chuvas afetou as lavouras, especialmente nos municípios onde foram insuficientes nos últimos 20 dias. Na região, as lavouras ainda estão 11% em fase de desenvolvimento vegetativo, 35% em floração/pendoamento, 51% em fase de enchimento de grãos e 3% em maturação. Há uma tendência de antecipação do amadurecimento em decorrência de baixas umidades nos solos e das temperaturas elevadas. Há uma redução na expectativa de produtividade regional de aproximadamente 10%.

 

Alguns produtores já solicitaram a cobertura de Proagro devido às perdas por estiagem. Outro motivo para o acionamento do seguro advém da presença do vírus do enfezamento do milho, transmitido por cigarrinhas, nos primeiros estádios de desenvolvimento das plantas. Neste momento em que as lavouras estão em fase reprodutiva, os sintomas e as perdas se tornaram evidentes, motivando o pedido de cobertura dos prejuízos. 

 

Tendência do clima

 

O destaque dos próximos dias é a intensificação de um corredor de umidade sobre o interior do Brasil, que deve favorecer a ocorrência de chuvas mais expressivas e abrangentes sobre a metade norte do país. Veja os detalhes do clima no vídeo abaixo:

 

 

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