Entenda os efeitos de um El Niño clássico no BR

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Para o Sul do Brasil, apesar do histórico de El Niños estar relacionado a episódios de enchentes e muitos transtornos especialmente no Rio Grande do Sul, depois de três verões de fortes impactos negativos do La Niña, os produtores gaúchos relatam que somente o retorno do El Niño será suficiente para reverter o período prolongado de estiagem e ajudará a encher os reservatórios do estado.

 

De acordo com a meteorologista da Climatempo, Nadiara Pereira, um evento clássico de El Niño está relacionado à forte potencial para tempestades e excesso de umidade, que também podem ser prejudiciais para o desenvolvimento dos cultivos de verão e a colheita dos cultivos de inverno. 

 

“Se a mudança de sinal se confirmar para o segundo semestre de 2023, os padrões de precipitação para a próxima safra podem ser bem diferentes em relação aos três últimos anos, que foram impactados pela La Niña”, alerta Pereira.

 

 

El Niño aumenta o risco de seca no MATOPIBA

 

Por outro lado, depois das últimas safras produtivas sobre o MATOPIBA, a possível instalação de um El Niño preocupa os produtores, pois o fenômeno está associado ao risco de estiagem que pode prejudicar a  instalação e o desenvolvimento dos cultivos de verão.

 

“A preocupação com o risco de estiagem aumenta também para os produtores de café do Espírito Santo, que costumam ter safras mais impactadas por irregularidade das chuvas em episódios de El Niño”, alerta a meteorologista.

 

 

Qual o comportamento do El Niño no Sudeste e Centro-Oeste?

 

Na maior parte do Sudeste e do Centro-Oeste, os efeitos do fenômeno não são tão marcados, mas o El Niño proporciona uma atmosfera mais quente e as chuvas durante o verão costumam ocorrer preferencialmente na forma de pancadas (tempestades mais intensas e rápidas) e em contrapartida os episódios de ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul) são menos frequentes.

 

 

El Niño na segunda safra de milho

 

Diferente do La Niñ,a que normalmente provoca um encurtamento do período chuvoso, o El Niño diminui o risco para o atraso do retorno das chuvas sobre o interior do Brasil no início da primavera, o que beneficia o plantio de grãos no período ideal e reduz o risco de corte das chuvas mais cedo no outono seguinte, beneficiando também a segunda safra do milho.

 

Figura 5 – Impactos mais comuns de um fenômeno El Niño clássico sobre a distribuição das chuvas e temperaturas no Brasil

 

Os fenômenos climáticos El Niño e La Niña não são os únicos fatores que influenciam o clima no Brasil. Outros fatores, como a temperatura das águas do Oceano Atlântico e oscilações de menor escala também podem contribuir para anomalias nas condições do clima do país. Por isso, a recomendação é estar atento ao monitoramento e as informações meteorológicas para a tomada de decisão no campo.

 

Veja também: Depois do La Niña, um El Niño. Será possível?

Neutralidade climática deve predominar durante o Outono

 

 

O que é El Niño?

 

De acordo com a meteorologista Nadiara Pereira, o El Niño, que é caracterizado pelo aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, tem os efeitos opostos ao La Niña e normalmente intensifica os sistemas meteorológicos sobre o Sul do Brasil, ocasionando mais chuvas nesta Região. Já nas Regiões Norte e Nordeste, aumenta o risco de estiagem.

 

 

Radar Meteorológico: chuva

 

O radar meteorológico é um dos únicos equipamentos utilizados que pode estimar espacialmente a taxa de precipitação baseada em sensoriamento remoto. Clique aqui e saiba mais!

 

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