O recente relatório divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA sobre o mercado de algodão mostra que para o Brasil, a perspectiva é bastante positiva, com o USDA projetando um aumento de quase 17% da área para 2024/25, resultando em uma produção de 3,7 MM t. A expectativa é de que o Brasil se mantenha na liderança dos embarques pelo segundo ano consecutivo, com a exportação alcançando 2,7MMt.
O balanço global de oferta e demanda de algodão mostra, para a safra 2024/25, aumento de 3% para a produção e 2% para o consumo, resultando em incremento de 1%para os estoques finais. Dentre os quatro maiores produtores mundiais (China, Índia, Brasil e EUA), apenas a Índia deve apresentar redução da área de algodão em 2024/25.
A safra americana deve apresentar crescimento de 18% em relação à 2023/24, apesar de, nos últimos relatórios, a expectativa ter reduzido para 3,1MMt de pluma. Para a China, a expectativa é de melhores produtividades na atual temporada, o que resulta em maior oferta interna e menor necessidade de importação. Os chineses, além de serem os maiores produtores, são, também, os maiores consumidores e importadores da fibra.
Segundo a última atualização do USDA, a produção global de algodão na safra 2024/25 deve alcançar 25,4 MM t, representando uma elevação de 3% sobre a safra 2023/24. O volume, se confirmado, será o maior desde a safra 2019/20, quando o mundo produziu 25,8MMt da pluma.
A Conab é menos otimista em relação ao crescimento da área (+3%), porém estima as mesmas 3,7 MM t para a produção de pluma. O recorde de produção registrado na última safra, somado à frustração da safra americana 2023/24, permitiu que o Brasil alcançasse, no ano passado, o posto de maior exportador global de algodão, com embarques da ordem de 2,7MM t, segundo a Secex (ano comercial ago-jul). Desse total, a China foi o destino de 49% ou 1,3MMt, seguida por Vietnã (14%) e Bangladesh (11%).
A safra americana, cuja colheita está em andamento, deve ser superior à registrada na temporada anterior, apesar de revisões para baixo nos últimos relatórios. Recentemente, a passagem do furacão Helene atingiu a região de cultivo no sudeste dos EUA em um momento em que cerca de 75% dos capulhos estavam abertos e sujeitos a algum dano. A Georgia, maior estado produtor da pluma na região sudeste e o segundo maior produtor dos EUA, foi afetada pelo furacão, o que resultou, inclusive, em uma revisão para baixo na safra americana projetada, de 3,2 para 3,1MMt. Ainda assim, caso se concretize, a produção nos EUA será quase 18% superior a do ano passado.
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