Calor no campo: Como enfrentar as altas temperaturas e proteger a produção

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O ano começou e o aumento das temperaturas tem sido um dos maiores desafios para o agronegócio brasileiro. Para se ter uma ideia, a onda de calor que atinge o Brasil até o dia 24 de fevereiro é a terceira deste ano. As outras duas ondas de calor registradas em 2025 atuaram em Mato Grosso do Sul e na Região Sul.

O calor excessivo registrado nestas áreas tem preocupado produtores que enfrentam dificuldades com a irregularidade das chuvas e o aumento da temperatura média. Especialistas da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Agronômico (IAC) alertam que esse cenário deve se intensificar nos próximos anos, exigindo dos agricultores investimentos em tecnologia para garantir a produtividade e a sustentabilidade no campo.

Impactos no agronegócio

O setor cafeeiro é um dos mais afetados pelas temperaturas elevadas. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) aponta que a combinação de chuvas abaixo do esperado e calor intenso tem prejudicado a formação dos grãos. A safra de 2025/26 já foi impactada pela seca de 2024, e os cafeicultores temem uma nova perda significativa caso as temperaturas sigam elevadas nos próximos meses.

A situação não é diferente para outras culturas, como hortaliças e grãos, que demandam alta disponibilidade hídrica e um equilíbrio entre temperatura e umidade. A previsão de ondas de calor cada vez mais intensas reforça a necessidade de estratégias eficientes para mitigar os impactos climáticos.

Tecnologia e inovação para a adaptação climática

Diante desse cenário desafiador, a tecnologia tem desempenhado um papel importante na adaptação do setor agrícola. O uso de soluções que otimizam o manejo da água e a saúde do solo pode fazer a diferença entre perdas severas e uma produção mais eficiente.

A eficiência hídrica no campo é o caminho para enfrentar o calorão e a falta de chuva. Diferentes sistemas de irrigação ajudam a maximizar a absorção da água pelas plantas, reduzindo desperdícios e aumentando ou retendo a umidade no solo.

No Brasil há no mercado soluções para reduzir o consumo de água e evitar perdas na lavoura.

“Para o produtor ter mais segurança nos períodos de seca e calor extremo é necessário buscar soluções que ajudam a melhorar a absorção de nutrientes e aumentar a eficiência hídrica”, explica Loremberg de Moraes, diretor da Hydroplan-EB.

Para cada região, tipo de cultura, há um planejamento para melhorar a retenção de água no solo, reduzindo a erosão e absorção de nutrientes. A combinação de tecnologia e boas práticas agrícolas podem não apenas mitigar os efeitos do calor extremo, mas também construir um setor mais sustentável e preparado para os desafios do futuro. A adaptação já não é mais uma opção, e sim uma necessidade para garantir a produção de alimentos de qualidade em um cenário climático cada vez mais imprevisível.

Foto: pivô de irrigação – crédito Barbosa de Menezes