Chuva nas próximas 72 horas será importante para a soja gaúcha

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A deficiência hídrica tem causado muitos impactos na cultura da soja no Rio Grande do Sul. Na Fronteira Oeste, o quadro das lavouras voltou a se agravar devido às chuvas escassas em março. As estimativas de perdas seguem crescentes, impactando também os cultivos de implantação mais tardia.

Com a previsão de chuva nas próximas horas, o quadro de falta de chuva irá se alterar. A expectativa é que a precipitação favoreça o retorno da umidade do solo na maioria das áreas.

Previsão do tempo para os próximos dias no Rio Grande do Sul

Na terça-feira (01/04), com o deslocamento de uma frente fria, as pancadas de chuva estão previstas para a metade norte do Estado, podendo vir com até moderada intensidade. Com o avanço do sistema, uma massa de ar frio se aproxima do Rio Grande do Sul e o amanhecer deve contar com temperaturas mais baixas sobre a metade sul, especialmente na região da campanha gaúcha. Na região de serra, o dia será nublado e com pancadas de chuva a qualquer hora com até moderada intensidade. As temperaturas já não sobem tanto e ficam amenas no decorrer do dia.

mapa de chuva período de 31 de março a 05 de Abril – Fonte: Climatempo

Na quarta-feira (02/04), novas áreas de instabilidade voltam a se espalhar pelo Rio Grande do Sul, aumentando novamente o risco para temporais em grande parte do Estado. Já pela manhã não se descarta chuva forte na metade sul do Estado, especialmente pela fronteira oeste, campanha e sul; a partir da tarde a chuva ganha força pelas demais regiões gaúchas. Na serra gaúcha, o dia começa com tempo firme, onde o sol aparece entre algumas variações de nuvens. A partir da tarde a condição para chuva aumenta e não se descartam pancadas moderadas a forte acompanhadas por raios.

Foto: Getty Images

Potencial produtivo é considerado muito baixo em algumas localidades

Em Maçambará, 15% foram colhidos, com rendimentos extremamente baixos, alcançando no máximo 720 kg/ha. Em Manoel Viana, a colheita atingiu 10%, e as produtividades variam entre 500 kg/ha e 1.200 kg/ha. A estimativa de perdas foi elevada para 60%, principalmente nas lavouras implantadas em dezembro e janeiro.

Em São Borja, o cenário é semelhante, com perdas estimadas em 55%. Em algumas áreas, o potencial produtivo está tão baixo que a colheita se torna economicamente inviável. Na Campanha, as chuvas registradas em 22/03 apresentaram volumes variados. Porém, de forma geral, os acumulados foram insuficientes para aliviar o estresse hídrico das plantas em fase de formação de vagens e em início do enchimento de grãos, especialmente nas áreas implantadas a partir da segunda quinzena de dezembro.

Em Bagé, Aceguá e Hulha Negra, os cultivos que anteriormente demonstravam bom potencial produtivo apresentam redução de produtividade; estima-se decréscimo de até 300 kg/ha a cada semana, se não chover. Nas áreas semeadas até a primeira quinzena de dezembro, observa-se avanço acelerado da senescência. No entanto, em regiões com maior retenção de umidade, há plantas verdes, cujo peso de grãos das últimas vagens emitidas pode aumentar, caso ocorram precipitações nos próximos dias.