Onda de calor pode agravar cenário nas áreas do Sul que estão com déficit hídrico

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A terceira onda de calor se aproxima com uma tendência de aumento da temperatura e impacto nas áreas produtoras da Região Sul, pelo menos, até o dia 15. No oeste da região Sul, é onde as maiores temperaturas deverão ocorrer neste período.

No Rio Grande do Sul, as áreas de milho segunda safra e a soja que estão recebendo chuva entre hoje e sábado (09/03), serão favorecidas pelo tempo seco e quente. Porém, as áreas do Sul que estão passando por déficit hídrico serão as mais afetadas.

Na região da Campanha, o cenário de falta de umidade persiste em várias localidades. Nas horas mais quentes do dia, observam-se sintomas de estresse hídrico nas plantas, folhas murchas e avanço de clorose. Há perda de folhas baixeiras, abortamento de flores e vagens nas lavouras mais afetadas, além de diferenças conforme o ciclo e a tolerância das cultivares às condições adversas. Algumas áreas estão gravemente acometidas, e não há perspectivas de melhoria, mesmo que volte a chover regularmente.

Clima no fim de semana

No sábado (09/03), o sol volta a predominar em todo o Rio Grande do Sul, mas há previsão de pancadas de chuva em toda a região. Destaque para faixa das Missões e faixa norte do estado onde há alerta para temporais e as pancadas de chuva podem ocorrer ainda pela manhã.

No domingo (10/03), o tempo volta a ficar firme na faixa centro-oeste, Missões, vales e norte. O sol predomina ao longo do dia e não há previsão de chuva. Para o restante do estado, o sol predomina ao longo do dia com previsão de pancadas isoladas.

Excesso de chuva potencializa a pressão de ferrugem na soja

A incidência de ferrugem ainda é pontual em algumas lavouras, porém já se observa presença de oídio, favorecido pelo clima seco das últimas semanas. Certas áreas já estão chegando à fase de maturação, e o potencial está baixo devido ao encurtamento do ciclo provocado pela falta de umidade.

Luís Otávio Giacon, é Gerente Sênior de Vendas da Basf nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e comentou durante a feira Cotrijal que na região gaúcha de Não-Me-Toque, foi observado muita chuva nas lavouras de soja o que tem provocado o surgimento de algumas doenças, inclusive a ferrugem.

” Observamos nas áreas produtoras que a soja mais tardia é que apresenta a infestação maior de ferrugem. Neste momento, é importante que o produtor faça um bom raio x da lavoura, converse com o engenheiro agrônomo e avalie com estratégia e de forma eficiente a escolha do produto mais adequado para realizar a pulverização e, assim conter a disseminação e a pressão de ferrugem asiática na lavoura”, aconselha Giacon.

Foto: Getty Images

Municípios localizados mais ao sul da Região Sul do Brasil, como São Sepé, Cachoeira do Sul, Formigueiro e Restinga Sêca, registraram menor volume de chuvas nos dois primeiros meses do ano e, por apresentarem solos mais arenosos, que possuem menor capacidade de retenção de água, as produtividades poderão ser inferiores à média regional.

Em São Gabriel, alguns produtores buscaram cobertura do seguro Proagro devido à queda de granizo e à ação dos ventos fortes sobre as lavouras. Em duas localidades desse município, há relatos de aproximadamente 60 dias sem chuvas significativas. No extremo oeste da região, em São Borja, as condições climáticas são mais adequadas, e a expectativa de produtividade supera 3.000 kg/ha na média.

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