Uma equipe Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS) percorreu em maio de 2024 mais de 26,8 mil km no estado para a realização do levantamento de Uso e Ocupação de Solo da 2ª safra 2023/2024. Foram georreferenciados 27 mil pontos e 12 culturas identificadas: Soja, Milho, Cana-de-Açúcar, Eucalipto, Seringueira, Pinus, Pasto, Algodão, Sorgo, Milheto e Remanescentes Florestais.
As atividades desenvolvidas consistiram na verificação in loco, com registro das coordenadas geográficas das culturas nas margens das estradas municipais, estaduais e federais a cada 1 km, as quais são verificadas por meio do sensoriamento, corroborando para veracidade da informação pesquisada a campo.
De acordo com o estudo, o território de Mato Grosso do Sul é de aproximadamente 35,7 milhões de hectares.
Milho
O milho apresentou queda na área dedicada à cultura. Na segunda safra 2023/2024 foram cultivados mais de 2,1 milhões/ha com o cereal, o que representa 5,9% da área total do estado. Na segunda safra 2022/2023 (safra do anterior), foram cultivados 2,3 milhões/ha, cerca de 6,6% da área total de MS.
De acordo com o coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta, a redução da área de cultivo de milho ocorreu principalmente devido às intempéries climáticas.
“Outro fator que contribuiu foi a relação de troca entre o custo e o preço pago pela saca de milho. Atualmente, essa cultura está perdendo força no estado. Nos últimos cinco anos, a ocupação da área de soja pelo milho na segunda safra tem diminuído”, relata Balta.
Na 2ª safra de 2023/2024, a ocupação caiu para 50%, enquanto na 2ª safra de 2018/2019 era de 73%.
“Podemos concluir que, nas próximas safras, a área de cultivo de milho pode diminuir ainda mais se não houver um mercado atrativo para o produto, devido à competição com outras culturas de inverno. Antigamente, não havia um mercado atrativo para o sorgo, mas agora o preço pago pela saca de sorgo quase se equipara ao do milho”, complementa o coordenador.
Os municípios que mais destinaram seu território ao cultivo de milho na segunda safra de 2023/2024 foram: Itaporã, com 60,3%; Maracaju, com 49,4%; Douradina, com 49,2%; Aral Moreira, com 48,2%; Laguna Caarapã, com 43,1%; Dourados, com 42,5%; Sidrolândia, com 34,2%; Ponta Porã, com 33%; Antônio João, com 22,7%; Sete Quedas, com 22,1%; e São Gabriel do Oeste, com 21,1%.