Infestação de lagartas no início da safra de soja acende alerta para dificuldades no ciclo da cultura

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Com o início dos trabalhos com a nova safra de soja, algumas das principais regiões produtoras da cultura vem observando um surto de Helicoverpa spp sobre biotecnologias de última geração de soja. Há também registros de presença em larga escala da Spodoptera frugiperda em soja, milho, algodão e pastagem. O alerta vem do pesquisador Germison Tomquelski, mestre e doutor em agronomia da Desafios Agro, de Chapadão do Sul (MS).

Conforme o pesquisador, há relatos de surtos representativos de Helicoverpa e Spodoptera em áreas da Bahia, de Goiás, do Maranhão, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, principalmente. “A Helicoverpa conta com potencial destrutivo muito grande”, ressalta Tomquelski.

“Teremos um ano de muitos desafios. Estamos com uma soja de 45, 60 dias. A cultura não está avançada, mas chegando agora a seu ciclo reprodutivo, a etapa de maior atenção em relação à Helicoverpa. Nessa fase, a lagarta é muito prejudicial, são 36 vagens possíveis a um único indivíduo consumir”, exemplifica ele.

Foto: Getty Images

Ainda de acordo com Tomquelski, atualmente, as principais recomendações ao produtor são monitorar as lavouras rigorosamente e fazer aplicações de inseticidas nos casos em que a dinâmica populacional de lagartas exigir.

“Frente a uma praga com esse potencial, há preocupações quanto às sobras no sistema. O produtor precisa fazer intervenções conforme a dinâmica populacional, para que não saiam novos indivíduos, novas mariposas e lagartas que ‘pegam’ uma pressão muito forte na época em que a soja tem a vagem. As perdas facilmente chegam de cinco a dez sacas por hectare”, reforça.

Para Tomquelski, o produtor não pode descuidar, não pode ser pego de surpresa por uma praga que ameace a rentabilidade da lavoura. A perda pode ser pior se ele não investir em manejo e prevenção.

Previsão do tempo para os próximos dias nas áreas produtoras de soja

Nos próximos dias as chuvas mais intensas e frequente se concentram sobre a metade Norte do Brasil, enquanto no centro-sul estão previstos maiores períodos de tempo seco e elevação das temperaturas. No Mato Grosso do Sul, a chuva fica restrita aos municípios localizados mais ao norte do estado.

O que vai chamar atenção nos campos é o calor e a baixa umidade do ar, principalmente nas áreas agrícolas próximas de Campo Grande, áreas do centro-sul e sudoeste do estado.

Na quinta-feira (02/01) a chuva ganha intensidade em Mato Grosso do Sul e pode chover forte a qualquer hora do dia.