O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) fechou janeiro de 2025 em 1,09, um aumento de 4% em relação a dezembro. A valorização de algumas commodities ajudou, mas a alta no preço médio dos fertilizantes foi o principal fator para esse resultado.
Os preços dos fertilizantes no porto brasileiro são calculados pela consultoria CRU, enquanto os preços das commodities vêm da média do mercado brasileiro, em dólar, com base na Agência Estado e CEPEA. O índice inclui os fertilizantes MAP, SSP, ureia e KCl, ponderados pelo consumo no país, e as commodities soja, milho, açúcar, etanol e algodão, ponderadas pelo uso de fertilizantes. A taxa de câmbio também entra na conta, com peso de 70% para os fertilizantes (custo) e 85% para as commodities (receita).
Safrinha de milho
A safrinha de milho deve ter um aumento na área plantada, e com o fim da janela de plantio se aproximando, os produtores precisam planejar bem a compra de insumos. Em um cenário global desafiador, um bom planejamento evita problemas logísticos e garante a entrega dos fertilizantes no momento certo da aplicação.
Em janeiro, os fertilizantes subiram em média 3%, puxados pela alta da ureia, seguida pelo cloreto de potássio (KCl) e pelo superfosfato simples (SSP). Já as commodities registraram um leve aumento médio de 0,3%, com fatores opostos influenciando o mercado: a soja caiu 2% devido à expectativa de safra recorde no Brasil, enquanto o milho subiu 2% impulsionado pela demanda interna e quebras de safra no Sul do Brasil, Argentina e Paraguai. Cana-de-açúcar e algodão também tiveram alta de 1,7% e 2%, respectivamente.
Agora, o mercado acompanha o ritmo da colheita no Brasil e seu impacto na janela de plantio do milho safrinha. Também há preocupação com as perdas já esperadas no Rio Grande do Sul, Argentina e Paraguai. Com o planejamento para a próxima safra de verão, vale atenção à qualidade dos fertilizantes fosfatados importados, pois há relatos de produtos com baixa solubilidade.
O IPCF é divulgado mensalmente pela Mosaic e mede a relação entre os preços dos fertilizantes e das commodities agrícolas. Quanto menor o índice, melhor a relação de troca para o produtor. O cálculo considera as principais lavouras do Brasil: soja, milho, açúcar, etanol e algodão.
Como fica o clima nas áreas produtoras
Nesta segunda metade da semana as chuvas se espalham sobre o Rio Grande do Sul na forma de pancadas e apesar de impactarem momentaneamente as atividades de colheita, devem trazer um alívio para o tempo seco e o forte calor que atinge o Estado. Entre o Sudeste e o Centro-Oeste, as chuvas seguem reduzindo e a segunda metade da semana será marcada por maiores períodos de tempo seco e elevação das temperaturas. Os períodos de tempo seco serão favoráveis para as atividades no campo.
Na Bahia, a previsão indica tempo seco e, isso tende a acarretar um estresse térmico e hídrico nas lavouras durante esta primeira quinzena de fevereiro.
