Instabilidades atingem regiões produtoras e podem afetar o trigo, milho, soja, café e cana; temperaturas caem no interior do país.
Pela meteorologista Nadiara Pereira
De 27 de outubro a 02 de novembro: A semana começa com mais uma grande virada no tempo sobre a maior parte do interior do Brasil, devido ao avanço de uma nova frente fria.
O sistema inicialmente mantém o tempo bastante instável e chuvoso sobre áreas do Sul do país entre esta segunda e terça-feira. Os maiores volumes acumulados estão previstos entre o extremo norte e nordeste gaúcho, Santa Catarina e Paraná. Os acumulados podem ultrapassar 120 mm em algumas localidades, trazendo transtornos e prejudicando a colheita do trigo, além do plantio do milho primeira safra e da soja. Por outro lado, o solo segue com altos níveis de umidade nos três estados do Sul.
A frente fria atrai a umidade da Amazônia para o interior do país e espalha chuvas fortes no início da semana sobre o Sul de Mato Grosso do Sul e o extremo sul de São Paulo. Entre terça e quarta-feira, o sistema avança e leva instabilidades mais generalizadas e intensas sobre o interior do Sudeste e do Centro-Oeste.
As chuvas devem atingir a maior parte das áreas produtoras dessas regiões, com volumes acima de 50 mm em várias localidades de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Já o Triângulo Mineiro, o norte de Mato Grosso do Sul, o interior de Goiás e o leste de Mato Grosso devem registrar chuvas mais pontuais e de menores acumulados.
Chuvas fortes e generalizadas continuam sobre Rondônia, Acre e Amazônia. Na fronteira agrícola do Matopiba e no interior do Nordeste, o tempo permanece mais firme, com apenas registros pontuais de precipitação. No entanto, as instabilidades devem aumentar no decorrer do próximo fim de semana, quando a frente fria deve alcançar o litoral da Bahia.
Com o avanço do sistema pelo litoral brasileiro, uma massa de ar frio que acompanha a frente fria avança pelo centro-sul do país. Essa massa está associada a uma área de alta pressão atmosférica que, além de garantir o tempo mais aberto no interior da Região Sul a partir da metade da semana, deve provocar uma acentuada queda nas temperaturas.
As madrugadas da segunda metade da semana serão frias, com mínimas próximas ou ligeiramente abaixo dos 10 °C em diversas localidades entre o interior gaúcho e o sul do Paraná. O calor também deve diminuir no interior do Sudeste e do Centro-Oeste, com queda mais acentuada das temperaturas máximas nessas regiões.
SOJA: Com a passagem da nova frente fria pelo centro-sul do Brasil, as chuvas voltam a se espalhar de forma mais generalizada sobre as áreas produtoras de soja nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Até a metade da semana, as chuvas mais expressivas, com volumes entre 40 e 60 mm, atingem o Paraná, o sul, centro e leste de São Paulo, o sul e a Zona da Mata de Minas Gerais, além de pontos isolados de Mato Grosso do Sul, sul de Goiás e sul, centro e oeste de Mato Grosso.
Na segunda metade da semana, as precipitações se espalham pelas demais áreas do Sudeste e Centro-Oeste, mas de forma mais pontual e com menores acumulados. As chuvas favorecem a recuperação da umidade do solo e reduzem o calor. No Matopiba, o tempo seco permanece predominante.
CAFÉ: Até o final desta segunda-feira, as instabilidades aumentam sobre o Sudeste com a aproximação da frente fria. Pancadas de chuva podem atingir a Alta Mogiana paulista e o sul de Minas Gerais, com possibilidade de forte intensidade.
Entre terça e quarta-feira, as chuvas ganham força e se tornam mais generalizadas, abrangendo a maior parte das áreas produtoras de café, desde o Paraná até o centro-sul de Minas Gerais, passando por São Paulo. Na segunda metade da semana, as precipitações avançam para as demais áreas de Minas Gerais e Espírito Santo, de forma mais isolada.
Com o avanço do sistema, as temperaturas máximas diminuem. Já na Bahia, o tempo segue mais seco e quente. No final de semana, novas instabilidades devem se intensificar sobre o centro-sul do Brasil, espalhando chuvas fortes sobre as áreas produtoras de café do Sudeste. No início da próxima semana, essas chuvas também devem alcançar o norte do Sudeste e o interior da Bahia.
CANA-DE-AÇÚCAR: Uma nova frente fria muda o tempo nas áreas produtoras de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil.
Até quarta-feira, as chuvas ganham intensidade e se tornam mais generalizadas entre o Paraná, Mato Grosso do Sul, sul de Mato Grosso, Goiás, São Paulo e o centro-sul de Minas Gerais.
Na segunda metade da semana, as instabilidades avançam para o restante do Sudeste e do Centro-Oeste, de forma mais isolada. À medida que o sistema avança, as temperaturas máximas diminuem. No fim de semana, novas instabilidades voltam a se intensificar sobre o centro-sul, provocando chuvas fortes nas principais áreas produtoras.
MILHO: Com a passagem da frente fria pelo centro-sul, as chuvas se espalham novamente sobre as áreas produtoras de milho nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
No Sul, as precipitações volumosas e frequentes devem impactar o plantio do milho primeira safra, especialmente no Paraná. No Rio Grande do Sul, os períodos de tempo firme devem ser mais longos.
Até a metade da semana, volumes entre 40 e 60 mm são esperados no Paraná, sul, centro e leste de São Paulo, sul e Zona da Mata de Minas Gerais, pontos isolados de Mato Grosso do Sul, sul de Goiás e sul, centro e oeste de Mato Grosso.
Na segunda metade da semana, as chuvas se espalham para as demais áreas, mas com menor intensidade. As precipitações ajudam a recuperar a umidade do solo e reduzem o calor. No Matopiba, o tempo seco continua predominando.
TRIGO: A presença da frente fria provoca chuvas fortes nas áreas produtoras de trigo do Sul do Brasil, podendo causar prejuízos à safra.
Além de atrasar as atividades de colheita, as precipitações prejudicam a qualidade dos grãos nas áreas em fase de maturação. Até quarta-feira, os volumes mais intensos ocorrem entre o norte e nordeste gaúcho, Santa Catarina e Paraná.
Na segunda metade da semana, as chuvas diminuem e o tempo dá uma trégua entre quinta e sexta-feira. No entanto, novas instabilidades de forte intensidade voltam a atingir as áreas produtoras do Sul do país no fim de semana.
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