Nesta quarta-feira (19/02), mesmo com a formação de instabilidades sobre parte do Rio Grande do Sul, as áreas de chuva devem seguir concentradas sobre a porção norte do estado, entre o Planalto, parte das Missões, Serra, na região da Lagoa dos Patos e no Litoral Gaúcho. Há risco para episódios de chuva forte localizada com raios e rajadas de vento. Nas demais regiões gaúchas, o tempo segue firme.
Na quinta-feira (20/02), os meteorologistas da Climatempo, indicam condição para pancadas de chuva mal distribuídas em parte das Missões, Planalto e Serra Gaúcha. Em áreas do litoral e extremo sul, pode chover de forma isolada, inclusive no período da tarde. Nas áreas da Campanha, Fronteira Oeste, Região Central e Metropolitana continuam com maior predomínio de tempo aberto, com destaque para o calor mais intenso e a sensação de abafado no decorrer das horas mais quentes.
Nas áreas gaúchas onde o desenvolvimento da soja foi significativamente impactado pela restrição hídrica e pelas temperaturas elevadas houve uma ampliação das perdas, principalmente no oeste do estado, que é a região mais afetada.
Além do calor excessivo, a baixa umidade do solo também afetou diretamente as plantas em estádios reprodutivos, como floração (38% das lavouras) e formação e enchimento de grãos (49%).
Previsão do tempo para os próximos dias no RS
Na sexta-feira (21/01), o tempo segue firme em parte do Rio Grande do Sul. O dia seguirá marcado pela presença de céu mais aberto em boa parte do território gaúcho, com o sol aparecendo entre nebulosidades ao longo do dia. Excepcionalmente em alguns pontos isolados do Planalto e do Extremo Sul Gaúcho, a circulação de umidade e o calor presente na atmosfera local podem estimular a formação de nuvens carregadas, subsidiando por sua vez a ocorrência de pancadas de chuva localizadas.
No sábado (21/02), o sol aparece e não chove em praticamente todo o Rio Grande do Sul. No decorrer do dia, o sol aparece entre algumas nuvens e os termômetros sobem. Em alguns pontos do planalto e da serra gaúcha há condições para pancadas de chuva isoladas, mas não há indicativo – até o momento – de chuva forte. Pelo menos até domingo (22/02), não há indicativos de chuva forte para o estado.
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Condições da soja: danos causados pelo calor e estresse térmico
Dados da Emater/Ascar-RS mostram que o potencial produtivo da soja tende a se reduzir, uma vez que o volume de vagens e de grãos está inferior. Em razão da variabilidade das chuvas, uma avaliação individualizada se faz necessária para mensurar as condições e as perdas em cada lavoura, até dentro da mesma localidade. Entre os danos causados pelo estresse térmico e hídrico estão o abortamento floral, a queda prematura de vagens em estágios iniciais, a desfolhação basal, o porte de plantas reduzido e a baixa emissão de ramos laterais. As cultivares precoces e as áreas semeadas entre o final de outubro e início de novembro são as mais prejudicadas.
Em Rosário do Sul, os danos se ampliaram, e há sintomas de estresse hídrico avançado em áreas de várzea. Em São Gabriel, a irregularidade das chuvas resultou em cenários distintos: em algumas lavouras, ocorreram alterações fisiológicas de forma precoce e em outras há bom porte e potencial produtivo próximo ao esperado.
Na região da Campanha, 41% das áreas estão em fase vegetativa, 46% em floração e 13% em enchimento de grãos. Em Caxias do Sul, em função do tempo seco e das altas temperaturas, em Vacaria e Bom Jesus, nos Campos de Cima da Serra, houve estresse hídrico, ocasionando murchamento das folhas nas horas mais quentes e a interrupção do crescimento das plantas, além do abortamento de flores e de vagens. Esses fatores devem afetar negativamente o rendimento da safra.
Em Frederico Westphalen, as últimas chuvas observadas ajudaram a amenizar o déficit hídrico na região. Porém, a produtividade inicialmente estimada deverá se reduzir, especialmente em lavouras que se encontram nos estádios reprodutivos mais avançados, como a formação de vagens.
Em Passo Fundo, 40% das áreas se encontram em floração e 60% na fase de formação de vagens e enchimento de grãos. Há relatos de perda de produtividade.
Em Santa Maria, a maioria das lavouras está em estádio reprodutivo, nas fases de floração e enchimento de grãos, e enfrentam forte estresse hídrico, o que compromete a produtividade. As perdas são significativas em Restinga Sêca e São Francisco de Assis, sendo um pouco menores em Santa Maria.
Em Santa Rosa, as condições das lavouras estão variadas, mas, na maior parte das áreas de plantio precoce, ou em solos rasos ou compactados, a falta de chuva causou danos mais severos. Todavia, em algumas áreas, que receberam chuvas recentemente e de solos profundos e não compactados, as condições estão boas. As semeadas mais tarde também apresentam expectativa de melhor produtividade. Já nas lavouras semeadas no final de janeiro, a germinação ocorre de forma apropriada; porém, o crescimento foliar depende de novas precipitações. A maioria das lavouras implantadas em dezembro iniciou o florescimento, mas a estatura das plantas está reduzida devido à estiagem, indicando perdas.